sábado, 4 de junho de 2011

Nova planta em Minas é descoberta por estudantes

Kerianthera Longiflora foi encontrada por grupo no município de Bom Jesus do Galho


C. T. Oliveira
Longiflora
Pesquisadores encontraram três árvores adultas da Longiflora
Uma nova espécie de planta foi descoberta em remanescentes de floresta da Mata Atlântica em Minas Gerais e no Espírito Santo. Trata-se da Kerianthera Longiflora, catalogada entre outros lugares no município de Bom Jesus do Galho, nos arredores do Parque Estadual do Rio Doce. Até então, segundo os pesquisadores, o gênero Kerianthera era tratado como monotípico e com ocorrência apenas no Amazonas.

A descoberta aconteceu há dois anos, quando um grupo de estudantes da pós graduação de universidade do país, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de São Paulo, e do Jardim Botânico de Kew, em Londres (Inglaterra), saiu a campo de forma rotineira, em busca de coletas de vegetais.

Segundo o pesquisador Leandro Giacomin, aluno de doutorado do curso de Biologia Vegetal da UFMG, existia uma curiosidade do grupo em visitar a região. “Algumas áreas da região ainda não tinham sido visitadas por nós. Tínhamos curiosidade de fazer um levantamento sobre a área para pesquisas em geral, e acabamos encontrando essa nova planta”, disse.

Ele explicou que uma amostra da árvore foi levada para o laboratório do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG para que ela fosse analisada com maior cuidado. Quando confirmaram que até então a espécie era desconhecida para a ciência, eles voltaram ao local de origem da Kerianthera longiflora e estudaram a fundo seu habitat e ecologia.

A descrição da nova espécie já foi feita pelos pesquisadores e publicada em um artigo científico na revista internacional Kew Bulletin. Neste artigo, foram descritos a morfologia, fenologia e o habitat da nova espécie. O nome K. longiflora foi dado pelo grupo e se deve ao conjunto de pétalas alongadas de suas flores. Segundo Leandro, foram encontradas três árvores adultas da nova espécie, cada uma de cerca de 12 metros de altura. "Ela é uma planta vistosa, mas não existem muitos indivíduos dela. Com o registro, esperamos que os órgãos governamentais a incluam na lista de espécies ameaçadas em extinção", contou.

Para ele, essa descoberta mostra que o Brasil detém uma diversidade vegetal e biológica que ainda é pouco conhecida. "Isso vem enfatizar a necessidade de proteção dos remanescentes de vegetação nativa", afirmou. Caetano Troncoso Oliveira, aluno do doutorado da USP, e Daniela Zappi, pesquisadora do Jardim Botânico de Kew, completam o grupo que descreveu a nova espécie.

Fonte: www.hojeemdia.com.br

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