Kerianthera Longiflora foi encontrada por grupo no município de Bom Jesus do Galho
Carolina Coutinho - Repórter - 30/05/2011 - 13:42
C. T. Oliveira
Pesquisadores encontraram três árvores adultas da Longiflora
Uma nova espécie de planta foi descoberta em remanescentes de floresta da Mata Atlântica em Minas Gerais e no Espírito Santo. Trata-se da Kerianthera Longiflora, catalogada entre outros lugares no município de Bom Jesus do Galho, nos arredores do Parque Estadual do Rio Doce. Até então, segundo os pesquisadores, o gênero Kerianthera era tratado como monotípico e com ocorrência apenas no Amazonas.
A descoberta aconteceu há dois anos, quando um grupo de estudantes da pós graduação de universidade do país, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de São Paulo, e do Jardim Botânico de Kew, em Londres (Inglaterra), saiu a campo de forma rotineira, em busca de coletas de vegetais.
Segundo o pesquisador Leandro Giacomin, aluno de doutorado do curso de Biologia Vegetal da UFMG, existia uma curiosidade do grupo em visitar a região. “Algumas áreas da região ainda não tinham sido visitadas por nós. Tínhamos curiosidade de fazer um levantamento sobre a área para pesquisas em geral, e acabamos encontrando essa nova planta”, disse.
Ele explicou que uma amostra da árvore foi levada para o laboratório do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG para que ela fosse analisada com maior cuidado. Quando confirmaram que até então a espécie era desconhecida para a ciência, eles voltaram ao local de origem da Kerianthera longiflora e estudaram a fundo seu habitat e ecologia.
A descrição da nova espécie já foi feita pelos pesquisadores e publicada em um artigo científico na revista internacional Kew Bulletin. Neste artigo, foram descritos a morfologia, fenologia e o habitat da nova espécie. O nome K. longiflora foi dado pelo grupo e se deve ao conjunto de pétalas alongadas de suas flores. Segundo Leandro, foram encontradas três árvores adultas da nova espécie, cada uma de cerca de 12 metros de altura. "Ela é uma planta vistosa, mas não existem muitos indivíduos dela. Com o registro, esperamos que os órgãos governamentais a incluam na lista de espécies ameaçadas em extinção", contou.
Para ele, essa descoberta mostra que o Brasil detém uma diversidade vegetal e biológica que ainda é pouco conhecida. "Isso vem enfatizar a necessidade de proteção dos remanescentes de vegetação nativa", afirmou. Caetano Troncoso Oliveira, aluno do doutorado da USP, e Daniela Zappi, pesquisadora do Jardim Botânico de Kew, completam o grupo que descreveu a nova espécie.
Fonte: www.hojeemdia.com.br